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HORÁRIOS: de quarta a sábado, de 12h às 20h e domingo, de 9h às 17h.

Síntese: Arte e Tecnologia na Coleção Itaú

A mostra “Síntese: Arte e Tecnologia na Coleção Itaú”, uma parceria entre a Pinacoteca do Ceará e o Itaú Cultural, traz a Fortaleza trabalhos de diferentes artistas nacionais e internacionais. Com curadoria de Leno Veras, a partir de 12 obras interativas que exploram, poeticamente, diversos níveis de diálogo entre seres humanos e software, a mostra inaugura um novo recorte curatorial da Coleção Itaú.

Síntese: Arte e Tecnologia na Coleção Itaú

Curador Leno Veras

HUMANIDADE

A itinerância da mostra Síntese: arte e tecnologia na Coleção Itaú, resultado de parceria com o Instituto Mirante de Cultura e Arte, organização vinculada à Secretaria da Cultura do Ceará, ancora-se em Fortaleza com o objetivo de estabelecer um diálogo com o profícuo contexto cultural e científico da região. Parte-se dessa territorialidade multibiomática para articular paisagens contemporâneas nas quais se constrõem encontros entre humanidades e naturezas por meio das tecnologias.

Esta exposição de obras de arte baseadas em pesquisas científicas representa uma oportunidade para reunir múltiplas perspectivas em torno das soluções que precisamos alcançar coletivamente para enfrentar a complexidade do panorama que se impõe mundialmente. Diante da urgência de pensarmos novas formas de convivência, artistas e cientistas unem-se numa coalizão (e colisão) de saberes e fazeres.

Com o intuito de contextualizar esse fenômeno, orientamo-nos para uma ação formativa continuada, apresentando produções que contribuem na síntese, via metodologias colaborativas, de compreensões diversas a respeito da emergência de interfaces humano-maquínico-ambientais. Mais do que nunca, nosso momento é definitivo. Futuros e passados encontram-se neste presente socioambiental e tecnocientífico cuja complexidade demanda uma revolução da própria noção de humanidade.

NATUREZA

Amplamente difundida pelos meios de comunicação científica há décadas (e instaurada como realidade global sobretudo desde o começo do século XXI), a emergência climática não é um cenário futuro, mas um chamado ao momento presente. Entre as forças mobilizadas pelas sociedades frente à catástrofe, cooperações entre campos distintos de conhecimento emegem como práticas de reorganização – ação que estabelece, como consequência, a área transdisciplinar da arte-ciência como solo fértil para o surgimento de inovações em sustentabilidade.

O encontro entre arte e ciência pode surpreender, apesar de essa associação não ser nova em absoluto. No passado, artistas colaboravam com cientistas ao ilustrar suas descobertas em anatomia, por exemplo. Contudo, a crescente dissociação dos espaços de atuação das artes e das ciências deu origem a uma percepção de oposição – e até de rivalidade – entre ambas. Nas últimas décadas, com a intensa revolução tecnológica em curso, o quadro altera-se novamente: criam-se oportunidades para novos encontros, desafiando as fronteiras entre as áreas, como vemos na ecologia.

Cada vez mais, artistas voltam-se para as linguagens de programação, para os novos meios de comunicação ou para a tão em voga inteligência artificial, enquanto cientistas se dedicam ao conhecimento histórico, cultural e social, compondo métodos de análise mais adequados à integração entre as ciências humanas e as ciências naturais. Fora isso, é inegável que a capacidade maquínica tem contribuído no estabelecimento e no aprofundamento dessas sinapses, incluindo também as ciências exatas em uma tríade simbiótica cuja complexidade parece levantar-se no enfrentamento desta atualidade de crises.

TECNOLOGIA

Desde a ascensão vertiginosa do globalizado processo de transformação digital, sobretudo no fim do século XX, binômios de áreas antes consideradas pouco afins (ciências climáticas e arte generativa; botânica e telemática; zoologia e robótica) estabeleceram contato por meio de diálogos entre pesquisadores de tempos e espaços variados, com linguagens, códigos e idiomas variáveis. Tais obras, concebidas como organismos baseados no intercâmbio de insumos, enfocam a possibilidade de uma expansão humanística por meio das técnicas.

Em ciclos anteriores da evolução da nossa espécie, novas tecnologias demarcaram pontos de mutação, sempre correlacionadas com os reinos animal, vegetal e mineral – da criação de artefatos para caça e coleta à agricultura e pecuária, são inúmeros os exemplos de lógicas simbióticas (e mutualistas) que nos estruturam como humanos. Em nossa era – à qual se atribui nomenclatura antropocêntrica, dado que podemos ter chegado a intervir no planeta a ponto de criar uma temporalidade própria –, as técnicas industriais que produziram este panorama caótico precisam se tornar capazes de reverter tal processo, metamorfoseando-se em tecnologias regenerativas.

É urgente compreender que integramos sistemas complexos nos quais operamos como uma parte, não como o todo. O ser humano é indissociável do ambiente natural, de modo que suas inovações devem se direcionar para a sinergia com as outras formas de existência com as quais compartilhamos nossos ecossistemas, prezando pela integridade dos demais seres que completam o círculo virtuoso da vida. Um novo século já avança, abrindo caminhos para outro milênio. Não há tempo a perder.

Os Artistas

Abraham Palatnik (Brasil)
Eduardo Kac (Brasil)
Edmond Couchot e Michel Bret (França)
Gilbertto Prado (Brasil)
Jon McCormack (Austrália)
Julio Plaza e Moysés Baumstein (Espanha e Brasil)
LAb[au] (Bélgica)
Miguel Chevalier (México)
Regina Silveira (Brasil)
Raquel Kogan (Brasil)
Christa Sommerer e Laurent Mignonneau (Alemanha e França)
Waldemar Cordeiro (Brasil)

JULHO a OUTUBRO / 2024

PAVILHÃO 1

ENTRADA GRÁTIS.

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Classificação indicativa: Livre

ALGUMAS OBRAS EXPOSTAS

Esta exposição faz parte da mostra BONITO PRA CHOVER

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