- Aberto hoje de 12h às 20h.
- Aberto hoje de 10h às 18h.
- Fechado hoje.
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HORÁRIOS: de quinta a sábado, de 12h às 20h e domingo, de 10h às 18h.
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Com 148 obras, a exposição “Chico da Silva e a Escola do Pirambu” é a maior já realizada sobre o pintor e seu legado. Concebida originalmente pela Pinacoteca de São Paulo, com o título “Chico da Silva e o ateliê do Pirambu”, a mostra ficou em cartaz na capital paulista de 4 de março a 28 de maio deste ano e recebeu 88.881 visitantes. A exposição no Ceará tem curadoria de Thierry Freitas e de Flávia Muluc.
Curadores Thierry Freitas e Flavia Muluc
O Ceará é, por natureza, um lugar de invenção e resistência. Seu tônus cultural dá conteúdo e forma a criações que revelam sua força e delicadeza. Nesse contexto, surge um singular fenômeno da história da arte brasileira. Fruto do encontro entre uma cearense e um indígena peruano, durante a intensa luta da borracha Chico da Silva nasceu entre 1910 e 1922 (data incerta), no Acre. Sua jornada artística começou a se desenvolver na periferia costeira de Fortaleza, mais especificamente no bairro Pirambu, região que tem uma história marcada por desafios sociais e constante luta pela sobrevivência. Foi ali que Chico da Silva floresceu como artista.
Na década de 1940, ele já demonstrava seu talento em pinturas murais na Praia Formosa, usando carvão, cacos de telha e folhagens para criar impressionantes representações de pássaros e peixes. Essas obras atraíram a atenção de Pierre Chabloz, um artista suíço (Suíça, 1910-Brasil, 1984) que decidiu conhecer Chico da Silva e ofereceu-lhe papel e guache, solicitando algumas ilustrações. Esse encontro marcou um ponto de virada na trajetória do artista, pois a transição do suporte dos muros para o papel proporcionou as condições ideais para que suas obras alcançassem reconhecimento mundial.
Chico da Silva criou uma visualidade baseada na figuração de composições fabulares e fantásticas. Seu universo particular revela uma relação intensa entre fauna e flora, frutos da ecologia profunda de seu pensamento. Seu bestiário advém tanto de referências de sua infância no Norte e Nordeste quanto da inventividade de sua mente inquieta e criativa. A Escola do Pirambu, uma de suas criações, representa a tônica desse artista que transborda, multiplica-se e avança ao encontro de pensamentos decoloniais e contemporâneos. Chico da Silva estava à frente de seu tempo, e por isso não é apenas um artista, mas um movimento capaz de transformar seu entorno em um ambiente criativo e produtor de cultura, além de tensionar paradigmas artísticos e acadêmicos.
Na celebração da potência de Chico da Silva e da Escola do Pirambu, estão presentes nesta mostra, entre outros, raros desenhos do artista da década de 1940, grandes painéis e uma coleção de trabalhos realizados na década de 1960, incluindo aqueles que receberam a menção honrosa da Bienal de Veneza em 1966.
A partir de 1963, grande parte de sua produção provém de seu ateliê coletivo, onde institui-se a Escola do Pirambu, com a participação de Babá (Sebastião Lima da Silva), Chica da Silva (Francisca Silva), Claudionor (José Claudionor Nogueira), Garcia (José dos Santos Gomes) e Ivan (Ivan José de Assis). As obras individuais dos artistas da Escola também ganham espaço na exposição, revelando as singularidades de cada um, ao passo que também desvelam os entrelaçamentos com a matriz originária do mestre.
A parceria* mais que feliz entre a Pinacoteca de São Paulo e a Pinacoteca do Ceará para realização desta mostra revela outro feito de Chico da Silva: promover encontros potentes que reverberam arte e cultura. Que neste encontro possamos celebrar toda a potência do Ceará pulsante e criativo. Viva Chico da Silva! Viva a Escola do Pirambu!
*Esta exposição é uma versão da produção original da Pinacoteca de São Paulo, Chico e o Ateliê do Pirambu, apresentada entre 4 de março e 28 de maio de 2023.
Chico da Silva
Chico da Silva é um dos principais artistas brasileiros. Nasceu entre 1910 e 1922 (a data é incerta), na região do Alto Tejo, no Acre. É filho de mãe cearense e pai indígena peruano. Por volta dos 6 anos de idade, mudou-se para o Ceará onde viveu e produziu a sua obra. Suas pinturas retratam as memórias de infância na Amazônia, em composições figurativas com animais fantásticos, seres mitológicos e espíritos da floresta. Fundou a Escola do Pirambu – localizada na periferia de Fortaleza -, uma potente experiência de arte coletiva. Participou de diversas mostras e ganhou em 1966 menção honrosa na Bienal de Veneza, a mais celebrada exposição de arte do mundo.
Escola do Pirambu
A Escola do Pirambu é uma das experiências de arte coletiva mais importantes do Brasil. Foi iniciada em 1964, aproximadamente, pelo artista Chico da Silva, no bairro Pirambu, na periferia costeira de Fortaleza. A Escola era um espaço de formação e produção coletiva que contribuiu para a difusão da cultura e a geração de renda para a população daquela comunidade. Alguns dos artistas que fizeram parte da Escola do Pirambu foram: Babá (Sebastião Lima da Silva), Chica da Silva (Francisca Silva) – filha de Chico da Silva –, Claudionor (José Claudionor Nogueira), Ivan (Ivan José de Assis) e Garcia (José dos Santos Gomes).
Garcia
Garcia é o único artista vivo da Escola do Pirambu. Ele era vizinho de Chico da Silva e o conheceu ainda na adolescência. Chico da Silva considerava Garcia como seu filho mais velho. No processo de produção coletiva, Garcia era responsável pelos pontilhados e pelo preenchimento da tela. Aprendeu a arte de pintar com Chico da Silva e hoje carrega e difunde o legado da Escola do Pirambu.
Babá
Babá era morador do Pirambu e gostava de observar Chico da Silva pintando. Por sua curiosidade, foi convidado a participar do ateliê coletivo. No processo de produção em grupo, Babá foi o responsável por introduzir as formas mandalares. Suas pinturas ficaram conhecidas pela atraente harmonia cromática, influenciando o estilo da Escola do Pirambu.
Chica da Silva
Chica da Silva é a única artista mulher que participou da Escola do Pirambu. Ela era filha de Chico da Silva e cresceu observando o pai pintar. No processo de produção coletiva, Chica foi a responsável por introduzir as rosáceas e os soldadinhos. Seu trabalho ficou conhecido pelo fundo preto, que tornou-se um sucesso de vendas.
Claudionor
Claudionor foi um dos primeiros artistas a participar da Escola do Pirambu. Ele possuía conhecimento em desenho e pintura. No processo de produção coletiva, Claudionor era responsável por fazer os desenhos para que os outros artistas preenchessem. Destacou-se pelas pinturas dos dragões, que foram inspirados na marca do Querosene Jacaré, influenciando o estilo da Escola do Pirambu com a biodiversidade da fauna e da flora.
Ivan de Assis
Ivan de Assis possuía conhecimento em desenho. No processo de produção coletiva, Ivan era responsável por fazer a base de desenhos para que os outros artistas pintassem. As brigas de galo, inspiradas na obra de Aldemir Martins, eram a marca de suas pinturas. Além disso, Ivan foi o responsável por introduzir novos elementos e animais alados, oriundos de filmes com temas mitológicos e greco-romanos, influenciando assim o estilo da Escola do Pirambu.
Aberto ao público de quinta a sábado,
de 12h às 20h e domingo, de 10h às 18h.
ENTRADA NAS EXPOSIÇÕES ENCERRA 30 MINUTOS ANTES.
Rua 24 de maio, Praça da Estação s/n
Centro, Fortaleza · CE · 60030-000
Para agendar visitas:
agendamento@
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