- Aberto hoje de 12h às 20h.
- Aberto hoje de 10h às 18h.
- Fechado hoje.
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HORÁRIOS: de quarta a sábado, de 12h às 20h e domingo, de 9h às 17h.
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Com 245 obras, a exposição “Leonilson: Montanhas protetoras e ao longe, vulcões, rios, furacões, mares, abismos e Das amizades”, realizada em parceria com o Projeto Leonilson, tem curadoria de Aline Albuquerque e Ricardo Resende. Além de pinturas, desenhos, instalações e bordados de Leonilson, incluindo obras inéditas do artista, a mostra reúne trabalhos de Batista Sena, Efímia Meimaridou, Luiz Hermano, Siegbert Franklin, Zé Tarcísio, Marcus Francisco, Karim Aïnouz e Ricardo Bezerra.
Curadores Aline Albuquerque e Ricardo Resende
Leonilson é artista do nosso tempo. Realizada três décadas após seu falecimento precoce, em 28 de maio de 1993, esta mostra faz lembrar o seu legado, que o coloca entre os mais relevantes artistas brasileiros dos séculos XX e XXI. O artista ainda exerce forte influência sobre as novas gerações, comovendo o público de suas exposições, que o tem como referência, pelo seu modo de ser e pela obra artística composta de desenhos, pinturas, bordados, gravuras, objetos escultóricos e escrituras, que expressam sua forma política de desver este mundo de injustiças e contradições. Ou seja, ver fora da normalidade, enxergando equivalências sensíveis nos fenômenos naturais que lhes dão forma e que ocorrem na fina pele que cobre o mundo.
Leonilson produziu delicados desenhos e fez uso frequente de inscrições de textos e palavras, fazendo delas verdadeiras poesias visuais. São também conversas de alguém que sabia que transcendia o mundo. Nas pequenas figuras que aparecem na obra do final dos anos 1970, observamos que o artista vai preservar as qualidades dos traços que ainda veremos nos desenhos do começo da década de 1990, últimos anos de sua produção, nos mostrando coerência gráfica e, por meio dessas figuras – puras, de linhas simples e inacabadas –, verdadeiras e eloquentes narrativas. São figurinhas de homens e de fenômenos naturais reduzidos nos traços mínimos, mas, ainda assim, carregados de forte expressão, representando a humanidade na sua essência.
Nos desenhos do começo dos anos 1980, podemos observar a maneira como Leonilson enxerga o mundo interior das pessoas. Cenas do cotidiano em que retrata amigos em estado de contemplação, e que fazem uma correlação com o núcleo da exposição Das amizades. Mais tarde, observamos em sua obra o artista mais autobiográfico, quando produziu uma série de desenhos que explora sentimentos como coragem, solidão, angústia, medos, proteção, transcendência e morte – expressos na forma de montanhas, vulcões, furacões, abismos, rios, corredeiras e garrafas que aludem ao corpo humano e abrigam vulcões em sua força e intensidade simbólicas.
Esses desenhos evidenciam a carga emocional presente em toda a obra. Sua forma de contar e expressar os sentimentos é ato político, primordial para sua sobrevivência. É de uma vida intensa que se trata a obra.
Leonilson
Pintor, desenhista e escultor brasileiro, Leonilson é um dos principais nomes da arte contemporânea brasileira, conhecido por sua obra singular e autobiográfica. Nascido em Fortaleza, em 1957, mudou-se com a família para São Paulo ainda pequeno e logo cedo começou a demonstrar o seu interesse pela arte. Fez cursos livres na Escola Panamericana de Arte e depois ingressou no curso de Artes Plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado. Na década de 1980, fez parte do grupo de artistas que retomou a prática da pintura, conhecido como ‘Geração 80’. Participou de importantes mostras no Brasil e no exterior, como Bienais, Panoramas da Arte Brasileira, e a emblemática “Como vai você, Geração 80?”. O artista faleceu jovem, em decorrência do vírus HIV, na cidade de São Paulo, em 1993, aos 36 anos de idade. Deixou cerca de 4.000 obras, além de múltiplo acervo documental. Sua poética trata de sua existência, debate sentimentos, alegrias, conflitos e dúvidas. Principalmente no final de sua vida, quando descobre ser portador do vírus HIV, aborda suas angústias, medos, a convivência com a doença e o impacto que ela causa na sua vida. Sua produção é considerada por críticos brasileiros e internacionais de grande valor conceitual para a arte no Brasil.
José Tarcísio Ramos
(Fortaleza, 1941) inicia seus trabalhos ainda muito jovem, aos 19 anos. No ano seguinte, viaja para o Rio de Janeiro depois de ter conhecido o renomado artista cearense Antonio Bandeira e passa a frequentar o Curso Livre de Pintura na Escola Nacional de Belas Artes. Em 1971, é comissionado por Walmir Ayala para ser um dos representantes brasileiros na VII Bienal de Paris. Em 1974, expõe no XXIII Salão Nacional de Arte Moderna, no Rio de Janeiro, e ganha o mais importante prêmio nacional, o de uma viagem ao exterior. Em 1976, seu trabalho “Regando Pedras” foi reproduzido em selo pela ECT. A escultura-instalação é uma das mais marcantes obras nacionais que denuncia a violência da ditadura em curso. Em 1982 volta à terra natal, monta seu ateliê e até hoje desenvolve ali sua carreira – uma das mais profícuas do Ceará. São seis décadas de carreira em que exerceu a liberdade plena. Com seu jeito de uma eterna criança, Zé Tarcísio tem nas memórias de infância, na religiosidade e na arte popular as características mais marcantes de sua obra, sempre orientado pelo olhar atento à realidade ao seu redor. Zé Tarcísio desde cedo se apaixonou pelo desenho, por meio do qual registrava criativamente o cotidiano, numa dinâmica que sempre se renova em sua vida. Aos 82 anos, o artista é atuante e figura presente na cena artística cearense.
Efimia Meimaridou Rôla
Nasceu em 1944 na Grécia. Radicada no Ceará desde 1961, é artista visual, artesã e pesquisadora. Graduada em Pedagogia (UFC), realizou mestrado em Sociologia do Desenvolvimento pela Escola de Altos Estudos das Ciências do Homem – Paris, França, no qual pesquisou a educação nos circos cearenses. Desde 1984 é pesquisadora-artesã em tipologias manuais de trabalhos têxteis como bordado, patchwork, tapeçaria e tecelagem. Publicou, em 1999, o livro “De Bordar e de Viver – Um Livro Para Rachel”, onde descreve seu processo criativo. Participou do 70⁹ Salão de Abril, da Prefeitura Municipal de Fortaleza, onde abriu seu ateliê para visita. Fundadora do Instituto Ecocult, atua como consultora, pesquisadora e professora. É mestre artesã do Projeto Comunidades Criativas, onde atua na formação de mulheres das comunidades do Poço da Draga e da Graviola, ambas na Praia de Iracema, na capital cearense.
João Batista Sena Filho
(Camocim – 1952 – 2014). Compositor, líder da banda musical Chá de Flor e artista plástico cearense. Participou, junto com Leonilson, Marcus Francisco, Bené Fonteles, Zé Tarcísio, Siegbert Franklin, Luiz Hermano, entre outros, da renovação das artes plásticas no Ceará. Desenhista do surreal e do fantástico, Batista Sena em 1977 já figurava em exposições de expressivo significado no cenário nacional das artes visuais, como a exposição ”Panorama Atual do Desenho Brasileiro” promovida pelo Museu de Arte Moderna, de São Paulo, e a exposição “Os Caminhos da Arte Fantástica no Brasil”, promovida pelo Museu da Imagem e do Som, também de São Paulo. Chegou a representar o Ceará na exposição “Artistas Fantásticos do Brasil’, realizada no final da década de 1970 no Masp-SP, com curadoria de Pietro Maria Bardi.
Siegbert Franklin
(Fortaleza – 1957 – 2011). Artista plástico, músico e ilustrador, inicia sua trajetória como artista visual no Salão do Crato de 1975. Na mesma época, participa da banda de rock “Perfume Azul”, com Mona Gadelha, Ronald Carvalho e Lúcio Ricardo. Em 1978 realiza a exposição individual “Feira das ilusões” na Galeria Antonio Bandeira. É premiado em alguns salões nacionais, entre eles, Salão Pernambucano de Arte, Salão do Paraná, Mostra de Desenho Brasileiro em Curitiba, Salão de Abril e Unifor Plástica. É convidado por Pietro Maria Bardi a realizar uma exposição de desenhos no MASP, em 1982. Sua obra desperta o interesse de críticos como Frederico de Morais e Walmir Ayala por apresentar características conceituais quando a tendência ainda era pouco observada na produção de jovens artistas. Inquieto, experimentou várias linguagens como a colagem, o vídeo, a fotografia, mas sempre se dedicou ao desenho, à gravura e à pintura. Viveu em São Paulo e na Alemanha e voltou a viver em Fortaleza a partir de 2006.
Marcus Francisco Cavalcante Alcantara
(Fortaleza – 1950-1980). Artista plástico, exuberante no desenho com bico de pena, e pinturas a óleo, no estilo surrealista contemporâneo (décadas de 1960 e 1970), centrou suas manifestações em símbolos humorístico-filosóficos das questões humanas, exaltando o sexo sem barreiras como tema frequente em suas obras. Formou um legado de centenas de obras constantes em 24 exposições, entre coletivas e individuais no Ceará, Bahia, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Paris e Nova York. Arrebatou prêmios como o do Salão de Abril de 1970. Criou, também, centenas de quadrinhos criticando questões sociais ligadas ao consumismo, à religiosidade, à sexualidade e ao comportamento social coletivo, destacando fatos da vida que dialogam com os dias de hoje. Pôs esses trabalhos também sob a forma de tiras e revistas. Ainda foi premiado como compositor em edições do Festival da Música Cearense, tendo figurado ao lado de Raimundo Fagner, compondo a letra de “Nada Sou” e “Luzia do Algodão”, conquistando o primeiro lugar no IV Festival da Música Cearense de 1968. Conviveu com grandes artistas de sua época como Leonilson, Bené Fonteles, Zé Tarcísio, Siegbert Franklin, Luiz Hermano, Batista Sena e outros. Marcus Francisco é um tanto de tudo que o ser humano pode ter, dar e ser. Ou, como ele mesmo disse em 1976 na Casa de Cultura Raimundo Cela, durante a abertura de sua individual: “sou igual a todo ser humano. Desenhar é minha existência”.
Luiz Hermano Façanha Farias
Nasceu em 1954, em Preaoca, distrito de Cascavel, município do Ceará. No início dos anos 1970 estudou Filosofia na Universidade Federal do Ceará (UFC). Começou sua trajetória artística em 1977 na ocasião de sua primeira exposição individual no Náutico Atlético Cearense, em Fortaleza. Em 1979, já na cidade do Rio de Janeiro, cursou gravura na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. No mesmo ano, transferiu-se para São Paulo e realizou a mostra “Desenhos”, no MASP. Em 1980 editou o álbum de gravuras intitulado “O Universo”. Na década de 1980, dedicou-se à pintura e desenvolveu sua carreira internacional. Em 1984, ao receber o Prêmio Chandon, foi para Paris, onde realizou uma exposição individual na Galeria Debret. Em 1983, participou da 5ª Bienal Internacional de Seul e da 2ª Bienal Pan-Americana de Havana, em 1986. Em 1987 expôs pinturas na 19ª Bienal Internacional de São Paulo e esculturas na 21ª edição do evento, em 1991. Nos anos 1990, realizou obras tridimensionais utilizando materiais diversos. Apresentou, em 1994, a mostra “Esculturas para Vestir”, no MAM-SP. Em 2005, participou da exposição “Discover Brazil”, no Ludwig Museum, Koblenz, na Alemanha. Em 2008, realizou a exposição “Templo do Corpo”, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, quando publicou o livro: “Luiz Hermano”. Possui trabalhos monumentais em diversos espaços públicos: em São Paulo, nos jardins do MAC-USP, Cidade Universitária, no metrô, Estação República, e nos jardins do MAM-SP. Em Recife, capital de Pernambuco, a obra Mandacaru mede 7 metros e encontra-se exposta no Museu Cais do Sertão. Em 2018 realizou, em São Paulo, no Sesc Santo Amaro, a instalação “Trapézios”, que é a origem do álbum “XI Teoremas”, também lançado neste ano. Em 2019 realiza a individual intitulada “Cura-pinturas e objetos”.
Karim Aïnouz
É um premiado cineasta, roteirista e artista visual. Estreou como diretor com MADAME SATÃ (Cannes Un Certain, Regard 2002). Seus outros trabalhos incluem MARINHEIRO DAS MONTANHAS (Seleção Oficial Cannes, 2021), NARDJES A. (Berlin Panorama, 2020), CENTRAL AIRPORT THF (Prêmio Anistia de Berlim, 2018), PRAIA DO FUTURO (Competição de Berlim, 2014), O ABISMO PRATEADO (Quinzena de diretores de Cannes, 2011), VIAJO PORQUE PRECISO, VOLTO PORQUE TE AMO (Veneza, Orizontti, 2009) e CÉU DE SUELY (Veneza, Orizontti, 2006). A VIDA INVISÍVEL, o último longa-metragem de Aïnouz, ganhou o prêmio Un Certain Regard no Festival de Cannes de 2019 e, desde então, já recebeu vários prêmios em todo o mundo. Aïnouz é mentor do Laboratório de Roteiros CENA 15 da Escola Porto Iracema das Artes/Instituto Dragão do Mar em Fortaleza e membro da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.
Ricardo Bezerra
É arquiteto, compositor e músico, atuando nas artes cearenses desde 1966, quando participou dos primeiros festivais locais. Em 1968 foi um dos promotores da mostra musical “Aqui no Canto”, que teve como fruto o primeiro disco alternativo do Ceará. Ricardo Bezerra entrou com as parcerias “A História do Rapaz que Olhou para os Balões e Perdeu as Meninas”, com Luiz Fiúza, e “Unilateral”, feita com o poeta Brandão. Trabalhou na produção dos programas de TV “Gente que a gente gosta” e “Porque Hoje é Sábado”, dirigidos e apresentados por Gonzaga Vasconcelos. Em 1974, participa em Olinda do show “7 Cantos do Norte”, ao lado de Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Fagner e Robertinho do Recife. Um ano depois faz apresentação no teatro do Ibeu, em Fortaleza, ao lado dos irmãos Caio e Gracco Sílvio, Francisco Casaverde, Tarcísio Lopes, Célio Loureiro e Petrúcio Maia. Em 1977 grava o LP “Maraponga”, com arranjos de Hermeto Paschoal e participação vocal de Amelinha. No lançamento, um ano depois, no Theatro José de Alencar, contou com Tarcísio Lopes, Ângela Linhares, Descartes Gadelha, Cláudio Castro e Lázaro, entre outros. Cria e desenvolve o Relógio dos Sons, instrumento para estudo de harmonia, e faz turnê pelo Nordeste acompanhado de Pachelli Jamacaru e Renato das Neves. No final da década de 1970, Ricardo Bezerra participa do disco coletivo “Soro”, que reúne também Fausto Nilo, Cirino e Fagner, entrando em seguida num inexplicável recesso musical, passando a atuar diretamente na área de arquitetura. Passa a ensinar na Escola de Arquitetura da Universidade Federal do Ceará (UFC), faz mestrado na University of Arizona (EUA) e doutorado na University of Nottingham (Inglaterra).
Aberto ao público de quarta a sábado,
de 12h às 20h e domingo, de 9h às 17h.
ENTRADA NAS EXPOSIÇÕES ENCERRA 30 MINUTOS ANTES.
Rua 24 de maio, Praça da Estação s/n
Centro, Fortaleza · CE · 60030-000
Para agendar visitas:
agendamento@
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