- Aberto hoje de 12h às 20h.
- Aberto hoje de 10h às 18h.
- Fechado hoje.
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HORÁRIOS: de quinta a sábado, de 12h às 20h e domingo, de 10h às 18h.
HORÁRIOS: de quinta a sábado, de 12h às 20h e domingo, de 10h às 18h.
A exposição Negros na Piscina foi concebida para o Fotofestival SOLAR.
Curadores Fabiana de Moraes e Moacir do Anjos
Negros na Piscina remete, de imediato, a uma imagem de subversão. À presença possível de certos corpos em espaços a eles não destinados na história do Brasil. Espaços de diversão ou descanso, mas não somente. Piscina é também casa, é comida na mesa, é acesso à educação e à saúde. Piscina é muita coisa: festa e trabalho, gozo e segurança. É frase que resume a vontade e a precisão de um levante contra interdições. Contra o impedimento a uma vida plena que é fruto de séculos de colonização e de seus desdobramentos recentes; de predações de certas gentes e de seus descendentes. É chamado que reage ao processo que produziu, ao longo do tempo, possibilidades desiguais para corpos brancos e não brancos buscarem autonomia de vida. Assimetria ancorada, portanto, na origem étnica e na cor da pele de cada habitante do país.
O substantivo negro, contudo, não designa somente as pessoas de tez mais escura do que a considerada, por normas não escritas, como branca o bastante para permitir o acesso às piscinas que existem. Como afirma Achille Mbembe, a destituição da humanidade dos povos negros pela empresa colonial também alcançou, antes e principalmente agora, outros grupos de gentes. Há, sugere o filósofo, um “devir-negro do mundo”. Os povos indígenas são, nesse sentido, negros. Assim como os muito pobres ou as pessoas transgêneras, tenham ou não pele escura. Se a possuem, são mais negros ainda. Generalizou-se – com o agravante, por vezes, da institucionalização – a negação dos direitos mais básicos para tantos e tantas, assim como se destituiu, deles e delas, o poder de inventarem outros modos de existência – vidas tornadas precárias e postas, por isso, em condição de risco permanente.
Negros na Piscina se refere a uma outra paisagem de Brasil. Uma que não existe ainda, mas que está sendo construída por muita gente. Paisagem social e afetiva em que corpos pretos, indígenas e travestis, entre outros vários igualmente negros, possam ter direito a trabalho e a descanso. E a muito mais. Uma paisagem em que lhes caiba e lhes pertença uma possível felicidade – coisa abstrata à qual é dada concretude por quem a busca. Uma paisagem que não seja marcada somente por dor e dano, mas também por cura e contentamento. E, se não há caminho curto ou fácil para alcançar tal intento, os trabalhos reunidos nesta exposição oferecem, ao menos, indícios dessa gradual e imparável construção. Trabalhos que oferecem, por isso, faíscas de beleza – palavra que desafia entendimento único – mesmo onde muitos supõem não haver razões para que ela exista. Beleza como expressão de resistência e como motor de invenção.
A criação de marcos ou anúncios dessa outra paisagem do Brasil é resultado do esforço de artistas de campos diversos e vem de muito tempo. Em anos recentes, porém, esse empenho ganhou densidade e se tornou aparente como força conjunta. Por ser redesenho sensível do mundo, tem na produção de imagens sua face mais visível, sendo natural que a fotografia seja um de seus suportes mais frequentes. Há vestígios dessa construção, todavia, em objetos, esculturas ou instalações; assim como em imagens inventadas como desenho ou pintura. É dessa diversidade, e distensão no tempo, que Negros na Piscina busca dar notícias.
Aberto ao público de quinta a sábado,
de 12h às 20h e domingo, de 10h às 18h.
ENTRADA NAS EXPOSIÇÕES ENCERRA 30 MINUTOS ANTES.
Rua 24 de maio, Praça da Estação s/n
Centro, Fortaleza · CE · 60030-000
Para agendar visitas:
agendamento@
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