“Síntese: Arte e Tecnologia na Coleção Itaú” apresenta doze obras de artistas nacionais e internacionais. A mostra será aberta no dia 6 de julho, sábado, a partir das 17h
A Pinacoteca do Ceará recebe, a partir do dia 6 de julho, a exposição “Síntese: Arte e Tecnologia na Coleção Itaú”. A mostra, uma parceria entre o museu e o Itaú Cultural, apresenta um escopo curatorial inédito, trazendo a Fortaleza obras de diferentes artistas nacionais e internacionais. A visitação inicia às 17h, no pavilhão 1. A programação de abertura inclui um debate sobre o tema “Curadoria de Arte e Tecnologia: desafios dos acervos na contemporaneidade”, reunindo o curador da exposição Leno Veras e a artista e pesquisadora Francisca Caporali, além da apresentação da performance visual e sonora “O fim de Columbia”. A entrada é gratuita e o evento contará com acessibilidade em Libras.
Com classificação indicativa livre, “Síntese: Arte e Tecnologia na Coleção Itaú” segue em cartaz até 6 de outubro de 2024 na Pinacoteca do Ceará, museu que integra a Rede Pública de Equipamentos e Espaços Culturais (Rece) da Secretaria da Cultura do Ceará (SECULT) e é gerido pelo Instituto Mirante de Cultura e Arte. A partir de 12 obras interativas que exploram, poeticamente, diversos níveis de diálogo entre seres humanos e software, a mostra inaugura um novo recorte curatorial da Coleção Itaú.
Os trabalhos são assinados pelos artistas brasileiros Eduardo Kac, Waldemar Cordeiro, Abraham Palatnik e Gilbertto Prado. Além deles, a exposição traz obras de Jon McCormack (Austrália) e Miguel Chevalier (México), além das produções coletivas de Regina Silveira, Raquel Kogan, Christa Sommerer e Laurent Mignonneau (Alemanha e França), Julio Plaza e Moysés Baumstein (Espanha e Brasil), Edmond Couchot e Michel Bret (França) e LAb[au] (Bélgica).
Algumas das obras que chegam agora ao Ceará integram o Acervo de Obras de Arte do Itaú Unibanco. Desde 2009, diferentes recortes da coleção de arte e tecnologia foram exibidos em oito cidades do país, em parceria com instituições culturais. Em 2022, foram exibidos no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia de Lisboa (MAAT), em Portugal, e em 2023, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, discutindo conceitos ligados à consciência cibernética.
Imersão e interação
Com obras que exigem a presença, o toque, o sopro e até mesmo a troca de dados para revelar as suas verdadeiras poéticas, a exposição da Pinacoteca do Ceará em parceria com o Itaú Cultural promove um diálogo entre arte, tecnologia e ciência. Por meio de metodologias colaborativas e diferentes visões sobre as novas interfaces entre humanos, máquinas e o meio ambiente, passado e futuro se encontram num presente socioambiental e tecnológico, que suscita a experimentação e o interesse de diversos artistas.
Em sua maioria, os trabalhos de “Síntese: Arte e Tecnologia na Coleção Itaú” funcionam por meio da interação tanto com visitantes – como em Ultra-Nature, de Miguel Chevalier – quanto entre os seus próprios softwares, a exemplo de Eden, do irlandês baseado na Austrália Jon McCormack. Nesta obra, o artista criou um ecossistema virtual no qual pequenas criaturas circulares evoluem por meio de um algoritmo genético. Capazes de emitir sons, com o tempo as criaturas desenvolvem comportamentos não previstos pelo seu criador, como emitir sons diferentes para atraírem a atenção das pessoas e, assim, obterem alimento.
Outro exemplo é Reflexão #3 é uma instalação de Raquel Kogan na qual a imagem de várias sequências de números é projetada na parede de uma sala escura. A projeção é refletida em um espelho de água rente ao chão. A obra é interativa na medida em que as pessoas acionam o teclado que regula a rapidez da projeção, criando um movimento contínuo. Christa Sommerer e Laurent Mignonneau são autores de Life Writer. Nesta obra, ao tocar as teclas de uma antiga máquina de escrever, as letras se transformam em criaturas artificiais que parecem flutuar. Ligando o ato de datilografar ao da criação de vida, a pessoa que usa a máquina, no papel de “escritor de vidas”, participa na geração de um mundo situado na fronteira entre o analógico e o digital.
Novas no recorte curatorial, estão as obras O arco-íris no Ar Curvo, de Julio Plaza e Moysés Baumstein; Alba, de Eduardo Kac; A mulher que não é BB, de Waldemar Cordeiro; e Objeto cinético, de Abraham Palatnik. Essas produções servem como base para a discussão sobre humanidade, natureza e tecnologia que será trabalhada em todo o percurso da mostra.
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Debate e performance
A programação de abertura da exposição “Síntese: Arte e Tecnologia na Coleção Itaú” contará com um debate sobre o tema “Curadoria de Arte e Tecnologia: desafios dos acervos na contemporaneidade”. A conversa acontece a partir das 17h30, no auditório da Pinacoteca do Ceará, com o curador da exposição Leno Veras e a artista e pesquisadora Francisca Caporali.
O encontro tem como objetivo contextualizar as coleções de arte e tecnologia no cenário brasileiro, quanto às suas complexidades e potencialidades, tendo em vista a origem e o destino dos acervos de base científica no contexto da transformação digital das instituições de salvaguarda. A partir de exemplos de difusão de acervos eletrônicos, curadores de coleções de arte e tecnologia compartilharão estratégias comunicacionais e metodologias educacionais que acessibilizam a memória e história da arte-mídia no Brasil.
O evento contará, ainda, com a apresentação da performance visual e sonora “O fim de Columbia”, com Mike, Durango, Trojany e Amorfas, a partir das 19 horas, no Pátio da Pinacoteca do Ceará. O trabalho, que será apresentado pela primeira vez, investiga e intersecciona a história em volta de tecnologias representativas da modernidade: o trem, a eletricidade, o rádio, a tv e a internet.
Por meio de um jogo experimental entre imagens e sons, a performance audiovisual apresenta imagens, sons, filmes, vídeos e outras obras relacionadas a esses meios de comunicação e a influência na cultura popular, levando-nos a questionar e refletir sobre nossa condição de usuários de tecnologias.
SOBRE A PINACOTECA DO CEARÁ
Inaugurada em dezembro de 2022, a Pinacoteca do Ceará tem a missão de salvaguardar, preservar, pesquisar e difundir a coleção de arte do Governo do Estado, sendo espaço de ações formativas com artistas, comunidade escolar, famílias, movimentos sociais, organizações não-governamentais e demais profissionais do campo das artes e da cultura. Trata-se de um espaço de experimentação, pesquisa e reflexão para promover o diálogo entre arte e educação a partir de práticas artísticas. Desde a abertura, o museu já recebeu mais de 165 mil visitantes.
SOBRE O ITAÚ CULTURAL
O Itaú Cultural (IC) é uma organização voltada para a pesquisa e a produção de conteúdo e para o mapeamento, o incentivo e a difusão de manifestações artístico-intelectuais. Dessa maneira, contribui para a valorização da cultura de uma sociedade tão complexa e heterogênea como a brasileira, com atuação voltada para pesquisa, a produção de conteúdo, o mapeamento, o incentivo e a difusão de manifestações artístico-intelectuais. Desde a sua criação em 1987, a relação entre tecnologia, cultura e arte é um dos focos de atuação do Itaú Cultural. Assim, as itinerâncias da Coleção de Arte e Tecnologia da instituição têm por objetivo divulgar e fomentar esta forma de expressão artística junto de diversos públicos.
SERVIÇO
O que: Abertura da exposição “Síntese: Arte e Tecnologia na Coleção Itaú”
Quando: Sábado, 6 de julho de 2024, a partir das 17h
Onde: Pavilhão 1 da Pinacoteca do Ceará (Rua 24 de maio, s/n, Centro – Fortaleza)
Classificação Indicativa: Livre
Com acessibilidade em Libras
Entrada gratuita
Debate “Curadoria de Arte e Tecnologia: desafios dos acervos na contemporaneidade”
Com Leno Veras e Francisca Caporali
Quando: Sábado, 6 de julho de 2024, às 17h30
Onde: Auditório da Pinacoteca do Ceará
Classificação Indicativa: Livre
Com acessibilidade em Libras
Entrada gratuita
Performance “O fim de Columbia” + coquetel
Com Mike, Durango, Trojany e Amorfas
Quando: Sábado, 6 de julho de 2024, às 19h
Onde: Pátio da Pinacoteca do Ceará
Classificação Indicativa: Livre
Entrada gratuita